Mais de 80 dias depois, cenário ainda é desolador em cidades afetadas.
'Garimpeiros' ganham dinheiro com pedras e itens retirados dos escombros.
Escolas e igrejas ainda são endereços de moradia para mais de mil pessoas atingidas pelachuva na Região Serrana do Rio de Janeiro. Passados mais de 80 dias, muitos dos sobreviventes da maior tragédia climática do país ainda aguardam o pagamento do Aluguel Social e desafiam o perigo retornando para casas interditadas pela Defesa Civil. A chuva que devastou as cidades aconteceu na noite de 11 de janeiro e deixou mais de 900 mortos.
No bairro Campo Grande, um dos locais mais afetados de Teresópolis, o cenário ainda é desolador. As pedras enormes que assustaram a população ainda continuam por lá e parecem não chocar mais aqueles que transitam pela região. Desempregados acharam no local um meio de ganhar dinheiro com a venda das pedras que encobrem as vias para empresas de construção.
Garimpeiros da tragédia
Outros viraram “garimpeiros” da tragédia e reviram entulhos em busca de fios de cobre, tênis e outros objetos que podem ser revendidos a ferro-velhos e brechós. João Ramos, de 58 anos, passa o dia tentando quebrar pedras com a ajuda de uma pequena estaca. Ele diz que um caminhão lotado de pedras rende até R$ 200.
Outros viraram “garimpeiros” da tragédia e reviram entulhos em busca de fios de cobre, tênis e outros objetos que podem ser revendidos a ferro-velhos e brechós. João Ramos, de 58 anos, passa o dia tentando quebrar pedras com a ajuda de uma pequena estaca. Ele diz que um caminhão lotado de pedras rende até R$ 200.
Homem garimpa material entre os escombros para
depois revender (Foto: Alexandre Durão/G1)
depois revender (Foto: Alexandre Durão/G1)
Enquanto alguns tentam a sobrevivência em meio ao caos, outros concentram os esforços para reerguer as casas destruídas. O caseiro José Otávio dos Santos, de 53 anos, trabalha junto com outros quatro homens na reforma da casa do patrão. Morador de Campo Grande há 26 anos, ele teme que o bairro não volte mais às condições pré-desastre e seja esquecido pelas autoridades.
“Esse bairro aqui era muito bonito, mas agora tomei trauma, acho que mesmo depois da reforma o meu patrão não volta mais para essa casa. Aqui o trabalho está de formiguinha”, disse o caseiro.