Tem um garoto da minha sala que enche o saco de todo mundo. É um mala mesmo. Só que, um dia, eu estourei e a gente brigou feio no meio da classe! Só que agora, ele me pegou pra Cristo e fica falando que eu pareço um “chokito”, porque tenho muitas espinhas. Já pedi pra ele, mas não adiantou… Minha autoestima está muito baixa… E agora?
Larissa*, 13 anos, São Paulo
Há uma linha tênua entre brincadeira de mau gosto e bullying. Tenha em mente que bullying é diferente de uma brincadeira inconsequente: ele se dá sem motivo, de forma repetitiva e contra o mesmo alvo. É uma violência gratuita por dias, meses, anos. Além disso, há um desequilíbrio de forças entre a vítima e o agressor.
No seu caso, houve um desentendimento entre vocês dois – você brigou feio com o garoto. O tipo de violência se dá porque há um conflito não solucionado. Afinal, ele mantém um rancor contra você.
Pelo que você contou, esse garoto é chato com todos, e adora uma zoação, não importa com quem. O fato de vocês terem brigado fez com que ele voltasse a atenção para você. Mas é claro que o garoto está errado e nenhum tipo de agressão justifica, sendo ele bullying ou não.
Por isso, que tal chamá-lo para conversar? Você pode tentar explicar os seus motivos. Quem sabe se desculpando por tê-lo xingado e mostrando o quanto a atitude dele, de zoação, o afasta das pessoas. Tente ser madura nessas horas, porque você sabe que, antes de brigarem, ele não te incomodava.
Provavelmente o garoto sofre de baixa autoestima, já ele parece ter dificuldade em lidar com as pessoas. De maneira tranquila sem suas BFFs por perto, diga a ele, nessa conversa, que no Ensino Médio esse comportamento de “valentão” da sala muitas vezes é rejeitado, pois os colegas têm outras prioridades, como passar no vestibular.
Antes de abordar a escola, dizendo que sofre bullying, tente estabelecer o diálogo com o garoto, visto que houve um motivador para ele estar te incomodando, ok? Caso essa conversa séria não adiante e ele continue a te perturbar, você pode recorrer à
mediação de um adulto de confiança.
mediação de um adulto de confiança.